Ele não te escolhe pela sua religião, credo, raça ou aparência. Ele não te mata se você é gordo ou magro, feio ou bonito. Ele simplesmente decepa sua garganta e arranca todos os seus membros se você estiver no lugar errado, na hora errada ou simplesmente, onde não deve. Becos escuros, bairros abandonados, esquecidos por Deus e pelo homem, florestas e pequenos bosques. Na beira de um riacho, quem sabe? Durante um acampamento com amigos num fim de semana é um prato cheio para esse psicopata. Dizem que a morte já o pegou mas mesmo assim ele ronda por aí tirando vidas, aniquilando e desossando pessoas. Outros dizem que nem a morte é capaz de vencê-lo.
Uma ligação no meio da madrugada foi registrada na delegacia de uma pequena cidade do Sul: Uma mulher gritando frases inaudíveis. ''Assassino'', ''Socorro'', ''Inferno'' foram as poucas palavras que se entenderam.
Dez minutos após a ligação, cinco viaturas chegaram de onde, provavelmente, a ligação tinha sido feita, graças a um moderno sistema de rastreamento. Sirenes e luzes clareavam e davam um pouco de vida ao bosque quase apagado e devorado pela escuridão da noite. O som da água batendo nas pedras já não era mais ouvido devido à rádios e à conversas exaltadas dos policiais.
Na cena do crime, uma mulher, possivelmente a mesma que ligou pois tinha um celular a poucos centímetros de sua mão, estava recostada em uma pedra com a parte acima da boca decepada. Imagina-se que ao vê-la ao telefone, algo a cortou ao meio. Muito sangue em todos os cantos e o medo era visto nos olhos de alguns policiais novatos. Mais adiante um jovem rapaz estava com um pedaço de arame enfiado no peito. À direita, ao lado da fogueira, ainda em brasas, se via um corpo, mas não se via expressão no rosto. Claramente a cabeça foi esmagada com uma pedra ou algo do tipo. Desprezível, repugnante, aquilo não era pra qualquer um.
Na distração dos policiais na, falha, tentativa de solucionar a cena do crime, uma cabeça foi arremessada na direção deles: Um rosto delicado e com cabelos loros.
Ao reconhecer que se tratava de uma cabeça, alguns policiais despreparados atiraram a esmo. Sem uma mira fixa e concreta. Quando a tensão passou e os tiros cessaram, um vulto negro foi visto entre as árvores. Era grande, robusto e usava roupas que cobriam quase o corpo inteiro. Devia ter uns dois metros de altura. Com muito pavor e uma coragem vinda sabe-se lá de onde, alguns policiais foram atrás da figura que desapareceu entre a mata.
Na manhã seguinte cães farejadores infestaram o lugar juntamente com investigadores e repórteres que vinham de todos os lugares do país. Nesta cena macabra, com uma figura desconhecida e assombrosa, assassinatos devastadores e muito sangue, nasceu uma lenda. O primeiro de muitos massacres em série que estavam por vir nos quatro cantos do país.
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